quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Obstáculo da mudança

  

A mudança não é difícil por si somente,
Mas também porque o seu entorno insiste em manter aquilo que você está jogando fora,
 Como se seu lixo fosse sua eterna essência.
Acredito com Gregório que começa o mundo pela ignorância, pelo vazio,
Então é preciso se despir de si mesmo para perceber o novo que te persegue.
Ou melhor, o novo inconsciente que adoece o passado e lhe empurra para frente.
Mas essa onda de reciclagem, de releituras e de re-tudo da pós-modernidade danifica os processos individuais,
E fica complicado ser sujeito de identidade múltipla,
Porque o mundo lhe puxa para uma única constância.
Mas já entendi: minha única constância é a desconstrução.
Já estou farto da alegria do verão de Salvador,
Já estou farto das discussões metafísicas sobre o eu regado a falácias,
Já estou farto de tudo aquilo que me determina e me prende no universo mediano.
Universo que luto a todo custo para queimar.
E chega de resignifcar signos do acaso.
Chega do acaso!!!  
É sofrido sim o desapego,
Mas é grandiosa a escolha do futuro, quando ela é fruto de suas próprias convicções.
Ainda que estas sejam também efêmeras.
Mas que sejam suas enquanto durem.   
 Moabe Breno,
05/01/11.