Já não sou mais
sagitariano.
Os rumores da vida
mostram que outras instâncias habitam em mim.
Já não tenho mais
aquela alegria descomprometida de outrora,
Nem aquele fogo de
palha, típico da euforia do carnaval.
Mas o silêncio
canceriano também não me domina.
E abomino o burburinho
geminiano.
Já não sou mais de sagitário.
Também não tenho
aquela arrogância emocional do ariano,
Nem tão pouco, as
transcendências sentimentais do pisciano.
O conformismo de touro
está longe de sustentar o meu ser
E a vaidade tirânica do
leonino não comporta em minhas ações.
Detesto a confiança prepotente
do escorpiano,
E não me vejo com o meio-termo
banal da pessoa de libra.
Já não sou mais sagitariano.
E entre as doze
possibilidades do horóscopo,
Não percebo exatamente
quem eu sou.
Fragmentos de mim
indicam uma imensidão de significâncias e significações,
E os elementos que me
sustentam uno, constroem uma barreira astral nos signos do zodíaco.
Já não sou mais de
sagitário,
Nem de signo nenhum.
Sou do tempo, um
elemento composto de fogo, terra, água e ar.
Sou veneno na pele do
predador,
E antídoto na angústia
de quem sofre.
Sou semise do imprevisível,
Não sou de virgem, nem
de capricórnio. Muito menos de aquário,
Mas também, não sou
mais de sagitário.
Moabe Breno,
21-11-12.