terça-feira, 20 de novembro de 2012

Horóscopo


 

Já não sou mais sagitariano.

Os rumores da vida mostram que outras instâncias habitam em mim.

Já não tenho mais aquela alegria descomprometida de outrora,

Nem aquele fogo de palha, típico da euforia do carnaval.

Mas o silêncio canceriano também não me domina.

E abomino o burburinho geminiano.

Já não sou mais de sagitário.

Também não tenho aquela arrogância emocional do ariano,

Nem tão pouco, as transcendências sentimentais do pisciano.

O conformismo de touro está longe de sustentar o meu ser

E a vaidade tirânica do leonino não comporta em minhas ações.

Detesto a confiança prepotente do escorpiano,

E não me vejo com o meio-termo banal da pessoa de libra.

Já não sou mais sagitariano.

E entre as doze possibilidades do horóscopo,

Não percebo exatamente quem eu sou.

Fragmentos de mim indicam uma imensidão de significâncias e significações,

E os elementos que me sustentam uno, constroem uma barreira astral nos signos do zodíaco.

Já não sou mais de sagitário,

Nem de signo nenhum.

Sou do tempo, um elemento composto de fogo, terra, água e ar.

Sou veneno na pele do predador,

E antídoto na angústia de quem sofre.

Sou semise do imprevisível,

Não sou de virgem, nem de capricórnio. Muito menos de aquário,

Mas também, não sou mais de sagitário.

 

Moabe Breno,

21-11-12.

 

 

 

 

 

 

 

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