segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Masturbação


 
A pulsação mais gritante da noite

Me sobe ao corpo no formato do desejo concupiscente de você.

Sinto seu beijo molhando a minha alma,

Como somos sempre um no leito de dormir

Sinto seu corpo dominando meu desejo

Como uma aventura no escuro do olhar interno.

Não sei da congruência da satisfação,

Mas gozo a cada pensamento que traz você em minhas mãos.

Lembro seu rosto, seu tom, seu gosto,

Lembro a fugacidade do nosso tempo

E a efemeridade do seu sentimento, dominando a verdade do meu peito.

Viajo no universo inusitado da transcendência

E transpasso no horizonte do seu pouso,

E como um réptil, sigo na direção do seu esconderijo.

Me camuflo de bondade, visto as roupas da maldade

Apenas para lhe roubar um pedaço de atenção.

Mergulho no espaço inusitado da sua neutralidade

Quando se deixa levar pela lembrança do meu toque.

Aproveito como um covarde de sua arrogância

Para tocar no seu céu a mais perversa sintonia do acaso.

Me desdobro em vários,

Reinvento uma persona e me visto com as palavras que você me pinta.

Sacio meu tesão na loucura de você

E lhe faço de tempestade para inundar o meu querer.

Te roubo um palavrão para pisar em seu orgulho,

Para mexer em sua ferida e lhe curar com meu veneno.

Me faço de otário para você me esnobar,

Mas sou eu quem arranha seu ego, com minha busca nada  evasiva,

Frente aos signos da apatia que vem do seu descaso.

E lhe faço um poema como os sintomas da fragilidade,

Para lhe mostrar o quanto persisto em sua efemeridade.

 
Moabe Breno

12-11-12.

 

 

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