quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Voz do perdido


O silêncio é uma incógnita.

No inconsciente de quem cala ou na angústia de quem não ouve, o silêncio é uma forma de sucumbir a emoção.

Se cansamos do acaso, nos calamos;

Se cansamos do outro, ignoramos;

Se temos medo do que falar, silenciamos e nos reprimimos como uma condição de liberdade.

 O silêncio não é resposta.

Ao contrário, o silêncio é indignação de quem não ouve e imprecisão de quem não fala.

O silêncio corrompe o sentimento, grita a ignorância, demonstra a arrogância. Cria um simulacro.

Não, o silêncio não é resposta.

O silêncio é medo, fuga, fugacidade, efemeridade.

O silêncio é inconstância.

 Calar, ignorar, não falar é também desumano.

O silêncio é o código da imprecisão, da inconstância da indecisão.

O silêncio é a voz do perdido, do sem razão.

Moabe Breno,

31-10-12