O silêncio é uma incógnita.
No inconsciente de quem cala
ou na angústia de quem não ouve, o silêncio é uma forma de sucumbir a emoção.
Se cansamos do acaso, nos
calamos;
Se cansamos do outro,
ignoramos;
Se temos medo do que falar,
silenciamos e nos reprimimos como uma condição de liberdade.
O silêncio não é resposta.
Ao contrário, o silêncio é
indignação de quem não ouve e imprecisão de quem não fala.
O silêncio corrompe o
sentimento, grita a ignorância, demonstra a arrogância. Cria um simulacro.
Não, o silêncio não é
resposta.
O silêncio é medo, fuga,
fugacidade, efemeridade.
O silêncio é inconstância.
Calar, ignorar, não falar é também desumano.
O silêncio é o código da
imprecisão, da inconstância da indecisão.
O silêncio é a voz do
perdido, do sem razão.
Moabe Breno,
31-10-12