terça-feira, 25 de novembro de 2014

Ecos da mediocridade

Onde se encontra eco para mediocridade
Os imbecis constroem suas verdades.
Contam alegrias estorvadas
E vomitam uma moral fracassada pela falta de atitude do viver.
Seres rudimentares com cognições nebulosas
Fabricam a ilusão da boa vida,
Mas não têm pulsos para edificarem ideias próprias.
Reproduzem conteúdos rasos
Com as razões de quem não encara a profundidade do marasmo
Do marasmo de suas ínfimas edificações do acaso.
E a única vitória, de fato, é especular as manifestações do autêntico.
São nostálgicos de um tempo que não houve;
E pregadores de uma cultura submersa nas pequenezas da simulação.  
São apáticos, insanos e insensatos.
Como vermes, sugam os restos que caem dos mortais  
Na tentativa de tomar o sulco bom da vida.
Seres minúsculos subalternos infelizes
Só gritam, só falam, só se manifestam onde há ecos da mediocridade.
Caso contrário, dormem em suas minúsculas cavernas do pensar.

Moabe Breno.
25.11.14.



sábado, 11 de outubro de 2014

Trajetória incongruente



Poucos momentos de candura revelam a inconstância do querer
E na nebulosa percepção daqueles sinais
Preferia ater-me mais à frialdade das palavras que às ansiedades de minhas semioses.
Via mundos, saudades, vontades, falsas negações,
Mas firme, me ative à intuição sensível daquelas afirmações.
Afirmações que se contradiziam pelas traições do olhar e sinais do movimento.
Na estrada, via canções, repentes de ternura, sintomas de paixões.
Mas aquela semiosfera sempre em nível de primeiridade
Me impulsionava para dimensões que desconstruíam meus caprichos
E alimentava uma sobriedade jamais vivenciada em minha rotina.
Fortaleci o intelecto, enrijeci as atitudes, busquei na memória individual lembranças de outrora.
Embora escorregasse vez por outra, seguia firme na história, na continuidade da minha trajetória.
Neuroses, percepções, sensações, metáforas mil foram simbolizando as conquistas da psique.
Me vi freudiano na decodificação dos símbolos da histeria  que havia naquele composto,
Percebia os índices do querer, as fugas da razão em cada atmosfera explosiva daquela trajetória incongruente.
Trajetória para mim extremamente envolvente.     
... e sigo.

Moabe Breno
11-10-2014.


sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Dissertação do então



Das coisas incertas da vida, a mais, então, é o amor.
Aquele que pega de surpresa, descontrói verdades,
Rompe fronteiras e evidencia o abismo.
Não seria amor se não tivesse tensão, rupturas, medos, temores e aproximação.
Não poderia ser amor sem o lado sôfrego da alma
Muito menos sem os momentos soturnos, que somente o tempo do desamor propõe.
Um espaço ambíguo entre o querer e o não poder e a incongruência dos anseios.
E o sentimento vai corroendo o pensamento, destroçando as razões,
Dissimulado culpas, proteções, figuras de linguagens dotadas de milhões de intenções.
E são todas as mesmas intenções.
As intenções que incomodam o pensamento, violentam o espírito e aniquilam a compaixão.
São momentos frágeis, de entusiasmos, de amizades e de sofreguidão.
Assim é o amor no tempo do perdido, no descompasso da vida...
E nas disritmias das canções que expurgam a razão sensível
No atordoado compasso amargo entre o sim e o não.
E no limiar de outrora, no peito de quem sente, no passo do movente e na angústia de quem chega.
Apenas a intensidade amarga da saudade pode mensurar a incerteza do covarde.
Em todas as nuances abstratas e nas rimas inexatas da dissertação do então.
Do então momento oculto da expressão do amor,
Manifesta na nebulosa imensidão da troca do olhar desmedido,
 Na certeza de momentos sutis de buscar o sim e, não, o não.

Moabe Breno,
15/08/2014.