terça-feira, 5 de julho de 2011

Férias


Hoje eu deixei o trabalho e parei para pensar em mim.
Deixei minha alma gritar exatamente o queria.
E apenas o silêncio preencheu minha audição.
Escutei a dor, a solidão, vi a mágoa em carne viva na voz do meu silêncio.
Senti bastante intenso meus tímpanos pulsarem,
Com o grito mudo do meu amor.
Hoje senti na minha alma o gosto amargo da tristeza.
O gosto forte, tenso e turbulento do abandono
Do desengano e da rejeição.
Nada que faço, nada que busco, nada que sacode minha mente
Me traz alegrias verdadeiras e me veste com as cores da felicidade.
Cores que já estão desbotadas na plenitude do meu tempo
E que nem mais brilham com a luz do sol.
Sinto tanto a tristeza dentro em mim,
Forte como a força de um vulcão que queima tudo e destrói tudo por onde passa.
Hoje quando deixei o trabalho de lado,
Vi que as premissas que aplico para explicar o mundo, revelam as sensações e percepções do meu âmago.
Do meu âmago vazio que não mais tem opções para preferir.
As marcas que abalaram o inconsciente da evasiva criança dentro de mim
Solidificaram um homem sôfrego, louco pela profundidade de coisas que não existem.
Das profundidades dos sentimentos que me perturbam,
Porque são frutos de minha criação.
Não sei o porquê, mas hoje deixei o trabalho e voltei para o ambiente lúgubre do meu sentir.

Moabe Breno,
27-06-11.