Eu ouço o que seus olhos dizem quando se deparam
com os meus.
E sinto o que seu corpo fala na congruência dos pensamentos
seus.
Degusto cada palavra sua, com o veneno que
entorpece suas negações...
E faço dos seus ‘nãos’ rimas ricas com os desejos
meus.
Vejo seu olhar sorrateiro, tímido e acuado para não
enfrentar a libido que nos une.
E prendo seu medo a minhas idiossincrasias para te
deixar na dúvida do por onde quero trafegar.
Visto minha roupa mais pretensiosa para te
impressionar,
E até componho um verso metalinguístico para te
embaralhar.
Tomo para mim, a certeza do seu medo e me vejo em
você no limiar dos nossos anseios.
Deixo sua concupiscência me percorrer em simbioses
do querer
E te trago como figura de linguagem, camuflando
mensagens subliminares na guerra fria da conquista.
Dou-lhe uma certeza, para lhe arrancar as
imprecisões
Viajo sem pudor na imensidão dos seus beijos, dos
seus lábios molhados roçando os lábios meus.
Ultrapasso os limites cognitivos do superego,
Com instâncias cínicas de quem apenas quer um
pedaço do seu dia.
Na percepção do antagonismo que nos prende,
Faço do meu corpo, psicanálise,
Para derramar toda a sua catarse
Na melancolia de uma força medonha chamada poesia.
Moabe Breno,
12-06-13.
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