quarta-feira, 1 de junho de 2011

Concretudes da emoção


Eu gosto do amor.
E gosto das coisas boas que ele tem para oferecer.
Gosto de acordar cedo pensando nas possibilidades de encontro,
Gosto de esperar ansioso pela ligação, por um toque e por um beijo.
Gosto da dimensão evasiva da vontade do outro
E da distração notória quando ele chega no pensamento e se aloja no coração.
Gosto mesmo do sentir, do sonhar, da dor e da saudade.
Gosto de ser cafona, careta, de escrever versos ridículos
E de dar bandeira quando é lua cheia.
Gosto até da dor que traz o amor ausente
A dor que inspira versos tristes, cheios de palavras incoerentes
E que explode em gritos agressivos que assustam os tímpanos,  
Para dizer que é o vazio que preenche o peito quando o amor se vai.
Gosto da amargura insana da vingança,
E da raiva feroz que amedronta apenas pelas expressões faciais.
Mas... gosto, indubitavelmente, da superação do amor,
Da vaidade inusitada de horas e horas no espelho,
De falar bonito para impressionar; e de fazer piadas para ver o sorriso do outro no fundo do olhar.
Gosto de falar poemas do passado,
De cantar músicas consagradas e de falar em Deus quando tudo está perdido.
Gosto de chorar, de sofrer e de crescer quando o amor começa a doer
Gosto de fazer rimas inusitadas somente para escrever complexo que o amor é simples.
Gosto mesmo do amor,
Gosto mesmo de amar.
 O amor enobrece, engrandece a alma e nos cerca com tudo que é sagrado e produtivo.
O amor constrói e humaniza aquele que o permite evadir.
O amor amplia nossas razões e nos fortalece como ser sensível,
De ser capaz de enfrentar o mundo para emanar as concretudes da emoção.

Moabe Breno,
31-05-11.   

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