E a cada nuance das percepções cotidianas,
O universo interno vai se esvaindo em fragmentações
dos sonhos, do lúdico do passional.
E o ser, o próprio ser, vai se esvaindo em
sofreguidões lúgubres,
Construindo soturnamente as razões da cidadania,
Num esforço inútil de fugir da evasiva e fugaz
vivacidade do seu tempo.
São perturbações da mente, incoerências do querer,
São quereres sem objetos, expressões abstratas do
nada.
O nada talvez seja o único conteúdo simbólico do
que se passa no peito,
E nas constatações do louco que se dedica às
semioses da pisque do hodierno.
Não há sentidos, não há motivos, não há
constatações.
Apenas teorias evasivas de rumores virtuais do
senso comum
Edificam atitudes amorais que sustentam a pequeneza
humana.
Há muito mais seres fugidios, perdidos em seus
próprios mecanismos da medianidade, que sensações.
Há apenas elucubrações do engano, desfazeres e
fazeres fundamentados na psicologia do efêmero.
Em cada nuance das percepções cotidianas há apenas
metástases da própria percepção.
O ódio não há mais.
O terror já não abomina.
E o sofrer é apenas sensação de outrora.
Nada fundamente nada.
É o tempo da falta de afago, do sem memória do sem
paixão.
Nem mesmo o medo do inferno é capaz de mobilizar se
quer um pecador.
Mas qual pecador?
Somos seres inanimados, presos em construtos
concretos do fugaz...
E a cada nuance das percepções cotidianas,
Há apenas a metástase do sonhar.
Moabe Breno,
23-04-13.
Nenhum comentário:
Postar um comentário