sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Razões da existência



A primeira acordou cedo e abriu a porta,
Seus olhos eram pura lágrimas
Lágrimas de quem apenas queria um abraço e a benção.
Lágrimas de quem não tinha palavras para descrever os sentimentos.
Eram lágrimas de amor.
A segunda, ainda na cama, me chamou meu filho.
Já sem lembranças,
Não falou meu nome, não sabia de onde vinha, nem o que fazia,
Mas seus olhos eram pura felicidade.
E no decorrer do dia,
Vi o amor ali sem detalhes, sem lembranças,
Era um amor, um verdairo amor que somente a alma pode entedender.
A terceira chegou depois,
A alegria estava em todas as suas expressões
E seus olhos brilhavam como sempre,
Na mais pura contemplação da minha imagem,
Contou seus casos,
Falou suas proezas e me lembrou minha Inha.
E Inha também ali,
Com a igenuidade interiorana em seus olhos,
Me mostrava que é preciso pouco para ser feliz,
E eu, sem rimas, sem reflexões, sem metáforas sem analogias,
Sem devorar nenhum substantivo abstrato,
Entendi, de fato, as razões da existência.

Moabe Breno,
24/12/10.

2 comentários: