Às vezes é bom sentir medo...
... e às vezes o medo é um limite que inibe a
superação do próprio ego. Do eu verdadeiro e daquilo que desejamos no
inconsciente.
O medo é uma válvula de escarpe e também uma
barreira imposta pela moral que nos reprime.
Sentimos, queremos, podemos e, por medo, nos
ferimos;
Sentimos, queremos, podemos e, por medo, nos
sucumbimos.
O medo nos leva a abstração das coisas que nos
compõem
E se nos leva à socialização, nos cega também para
nossas próprias precisões e imprecisões;
Com medo, vestimos a moda, amamos o pop, abominamos
o rock;
Com medo, evitamos a dor, fugimos do amor, sagramos
sozinhos em universos fugazes;
Com medo, choramos no escuro, no escuro da alma;
E cantamos na lama, as canções sagradas da negação
do eu.
O medo nos reprime, nos comprime, nos desfaz.
Reterritorializa o que não sai da gente
Como um híbrido que se forma da negação do ser e da
distância do querer.
Como um híbrido vazio, preenchido pelas certezas
que nos afastam de quem somos.
O medo da solidão, o medo da não aceitação, o medo do
desafeto... o medo é imprecisão;
É a insegurança da corda bamba, onde levamos nossas
emoções;
E construímos horizontes limitados, onde nunca
chegamos,
Pois não passamos de abstrações.
E às vezes é bom sentir medo...
Apenas para lembramos que caminhamos tantas vezes pelas
nuances da ilusão.
Moabe Breno,
12-03-13.
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