quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Texto nude


Hoje tive a certeza que a solidão é minha mãe e meu pai é o acaso.
Hoje descobri tudo aquilo que me tortura
E que me torna enfermo e dependente dos signos da tristeza.
Sou soturno por nascença
E feliz nas inconstâncias da vida.
O amparo materno é leite derramado em cobranças e nuances do cotidiano
E o seio onde nunca repouso é descaso do acaso, com suas frustrações e medianidades de uma vida afundada em autoreprovação.
E sem fé, sem rumo, sem alma.
Sigo a toa na vida, buscando as colinas do sagrado
Em meus textos amargurados e cheios de vontades utópicas do reencontro.
Não quero mais a felicidade passageira do fim de semana
Se esvaindo em copos de cervejas furados.
Não suporto mais a ditadura da alegria da Bahia
E já nem me sacode mais o suingue da cor.
 Filho do abismo em um mundo surrealista
Pintado com as cores do nublado,
Sigo nude na comunhão abstrata da construção familiar.
Minha mãe é solidão e o acaso não me surpreende,
Mas a solidão me vampiriza como um superego predador
Que afina suas frustrações a minhas vontades de ser feliz.
A minhas utópicas vontades de ser feliz.
Moabe Breno,
17.11.10.

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