sexta-feira, 11 de março de 2011

Ecos soturnos da desconstrução



A cada texto, a tentativa de extorquir do sofrimento um pedaço de alegria.
A cada texto uma nova versão daquilo perverso dentro do peito
Escondido nas figuras de linguagem que compõem o estilo literário.
A cada texto uma nova forma de encarar a dor
E o apego ao que não tem mais jeito.
A cada texto uma busca inusitada pelo próprio eu,
Despejada nas metáforas de um sentido metalingüístico, solitário e acústico,
Que muitas vezes se confunde na confusão típica do gênero.
Há em cada texto uma predeterminação à fuga do possível
E um mergulho na sofreguidão da vida e na desaceleração do tempo.
Há, em cada texto, uma gota de sangue que escoa do peito
Ainda machucado pela força sagaz da imaturidade e pelo oportunismo sarcástico da mediocridade
Há, em cada texto, uma revolta, uma ironia, uma mancha causada pela distorção da dor.
Há sim, em cada texto, uma loucura complacente que nunca se rompe,
Mas que sente a dor de cada facada provocada pela constância do desamor.
 Há, em cada texto, uma tentativa de fuga,
A busca pela cartase,
A busca pela libertação do eu.
Há, em cada texto, ecos soturnos da desconstrução.

Moabe Breno,
09-03-11.


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