segunda-feira, 14 de março de 2011

Uma ode à desconstrução!


Cansei, literalmente cansei! Estou farto de toda a parafernália cartesiana que nos faz pensar ser gente pensante – ‘intelectuante’. Estou mesmo farto das posturas e pensamentos politicamente corretos que se dizem autênticos e são iguais. Cansei da voz antipática da Mariza Monte, gritando o gosto ordinário da burguesia patética que quer pontuar o bom gosto. Cansei principalmente dos intelectualoides arrogantes, que se dizem popular e avessos ao capital e comem no restaurante aquilo. Aquilo tudo que a indústria lhes oferece e lhes faz babacas.
Cansei dos comentários patéticos e repetitivos sobre a novela, sobre o arrocha e sobre a beleza. Cansei da teoria acadêmica da desconstrução na qual tudo vale a pena desde que não interfira no bolso de quem a propaga. Cansei desse negócio abstrato e falacioso de que o belo é relativo. É nada! Quem quer ser gordo? Quem quer ser barrigudo? Quem quer ser mal vestido? Quem não quer ser notado e elogiado? Chega de palhaçada.
Cansei da liberdade sexual. Quero sapatões parindo times de futebol, em partos cesarianos, para não sentirem dor, e veados fazendo filhos em todas as putas que puderem pagar. Quero a discriminação racial como ela é: sacana, perversa, totalitária, separatista e mesquinha. Ah! Chega de fingir que aceitamos os diferentes e só nos misturamos aos iguais.
Chega da política totalitária dos carros do ano. Quero IPVA alto, pra pobre só comprar carro usado ou andar de coletivos lotados. Chega da ditadura dos automóveis com suas estéticas brilhantes e prateadas, reluzindo o cinza blue do céu do Brasil baronil. Chega! Vamos rabiscar os carros, arranhar até trocar de cor, até agonizarmos e entendermos que não somos diferentes dos que criticamos.
Cansei também das ironias inteligentes, dos idiotas de plantão que discutem política e têm um jeitinho brasileiro de pagarem suas dividas. 
Cansei de achar graça da Ivete Sangalo, e dos babacas intelectuais que a chamam autêntica. Que mediocridade! Botam Ivete no lugar de povão e a fazem de palhaça, como o povo é.
Cansei das teorias partidárias. Quero misturar Freud com Nelson Piquet, Mandela com Bush, Platão com Psirico e Sócrates com Maddona. Cansei de discutir o preço de gasolina e de comer arroz integral pra ser pulsante.  Quero misturar veadagem com religião, putaria com indignação e normatização com liberdade.
Cansei de ver a elite intelectual bêbada ao som do Aviões do Forró, porque que não entende música clássica e não pode considerá-la diversão. Chega gente, de cultuar o que não entende! Vamos desconstruir!!!
Cansei desse povinho cartesiano, rococó, retrógrado e imbecil.
Só não cansei da Daniela Mercury, porque é a rainha do axé e axé é a construção mais escrachada que se pode ter sobre as determinações intelectuais.
Acabei!
  
Moabe Breno,
27-06-09.
      

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