quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Amor fétido

Olho no entorno
E apenas olhos perdidos dissimulam a emoção.
Apresentam vibrações estranhas de um ínfimo amor
Que abisma a ostentação.
E no pulsar do olhar perdido
Um raio de traição da própria alma de quem contrafaz o sentimento.
Uma onda de desejo é atirada pelo canto do olhar
Em direção ao cálice ignorado.
Marcas de um passado conturbado,
Revelam um sentimento fétido
Um amor despedaçado pela arrogância
E indigestão da alma.
Marcas que se apresentam como ressaca de uma noite mal vivida
Um amor que se apresenta como vômito
Onde se tenta expulsar toda a bebida consumida
E se revela como um mal no interior do ser.
Um amor em forma de falácia
Verde como a bílis que sai do bêbado,
Revelando que ainda há dor naquele lugar
E denegrindo a pureza e imortalidade do sentimento.
Um amor fétido, que espera até o último momento para se esgotar e se curar
Um amor mal vivido nos braços de quem não sabe amar 
e na angústia do lírico abandonado.
Amar é intransitivo, já falaram.
Mas tem complemento labiríntico
quando se ama o inanimado. 
Amar é intransitivo e permanente
ainda que se julgue enfermidade
no peito daqueles que consomem o labirinto.

Moabe Breno
07/01/2008.

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