quarta-feira, 6 de outubro de 2010

No inconsciente da paixão

Não é a toa que iniciamos o dia pensando no amor
e na pessoa amada;
Não é à toa que passamos os dias vivendo em buscas inacabadas.
Buscas que às vezes parecem apenas ilusões.
E às vezes são ilusões
Mas são estas ilusões que alimentam os sentimentos
E amadurecem a alma
São estas que dão inspiração para o impossível
e transformam em infinito o que parecia interrompido
e são estas mesmas ilusões do amor e das paixões
Que se alojam em nossos tempos
Invadem nossos espaços e nos preenche, muitas vezes,
Com o vazio da solidão
E tudo é mágoa, desespero, revolta e destruição.
O mundo vira ao avesso
A hora passa como um tormento
E no peito a única resposta é a explosão
Tudo isso no compasso nebuloso do que parece ilusão,
mas é um amor escondido no ego da emoção e no superego da razão.
Não é à toa, então, que iniciamos o dia pensando no amor
e na pessoa amada.
Iniciar o dia pensando no amor mal resolvido
e na paixão atormentada
É ter a certeza no espaço do inconsciente
de que o mundo pode ser revivido,
redescoberto em outra dimensão
onde a imagem matinal da pessoa amada deixa o status de ilusão
e vira reinvenção de uma nova vida
de uma nova estrutura.
Uma releitura entusiástica inserida na mudança,
Uma releitura que descompassa o formato da ilusão
E a remodela na loucura exata da paixão,
E da pulsação mais descarada e da verdade inacabada
do amor do início da manhã,
alojado no inconsciente insano
de quem se ilude de que tudo é ilusão.

Moabe Breno,
12/09/07

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