terça-feira, 12 de outubro de 2010

Coisas da vida

Algumas coisas da vida nos fazem feliz
Outras nos mostram parte do que somos
Partes que só aparecem quando temos propensão á descoberta.
Algumas coisas da vida nos fazem chorar
Outras nos fazem engolir as lágrimas
E saborear cada gota na ritmia do recomeço.
Algumas coisas da vida nos mostram o lugar do desconstruto 
E o tempo da auto-indagação.
Outras coisas na vida passam repentinamente
Como um raio ou um trovão
(e a rima é propositadamente pobre)
Ameaçam chuvas, mas são apenas garoas de inverno
Não molham, não causam arrepio
Não têm estigmas para provocar sensação.
Algumas coisas da vida
São somente coisas da vida,
Não têm razão, não têm dimensão...
São falácias passageiras sem alicerces, sem bases!
São prédios sem colunas, sem alvenaria...
São construções sem profundidades, sem tijolos e sem sentimentos.
São camisetas de etiquetas internacionais: não têm identidade.
Algumas coisas da vida são discursos do acaso
Sem mesmo coerências, porque não passam da primeiridade
São consciências medianas, formatadas pela plástica social,
Na moldura insossa da pequeneza cotidiana,
Não têm vocação surrealista, nem expressionista...
Mas estão libertas no espaço figurativo da estereotização.
Mil vezes os equívocos da política às certezas desses compostos inodoros,
Sem gosto e sem gás, dotados de verdades perfeitas.
Algumas coisas da vida nos fazem feliz; outras nos fazem chorar;
Outras nos mostram quem somos.
Outras coisas da vida só dividem águas, porque são tão homogêneas quanto
Não têm acidez, não provocam reações, são sempre previsíveis.
Algumas coisas da vida são apenas
Algumas coisas da vida.

...
  
Moabe Breno,
27/09/2008.

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